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10 COISAS QUE VOCÊ DEVE (OU DEVERIA) SABER SOBRE SEU CLIENTE ANTES DE CADA TREINO

10 COISAS QUE VOCÊ DEVE (OU DEVERIA) SABER SOBRE SEU CLIENTE ANTES DE CADA TREINO
Felipe Kutianski
jul. 11 - 10 min de leitura
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Quando pensamos no objetivo desejado (e teoricamente contratado) por um cliente, automaticamente começamos uma rápida elaboração geral de como poderá ser toda a periodização, quais os níveis de intensidade, qual o melhor estímulo, etc. Entretanto, alguns detalhes (cuidados) são deixados de lado decorrente da falta de prática do atendimento prestado pelo professor.

Esse tipo de abordagem mais cautelosa ao consumidor (aluno, cliente, paciente, ou como queira chamar) demorou muito tempo para ser implantada nos serviços do ramo fitness, pois o foco sempre foi mais direcionado aos resultados e aspectos técnicos, deixando o atendimento e monitoramento para um segundo momento. 

Por muito tempo, o único atendimento que o professor de musculação realizava ao aluno era:

  1. Apresentação profissional; 
  2. Anamnese durante a avaliação física ou não; 
  3. Início do acompanhamento do treinamento.

Algumas empresas realizavam outros passos para tentar criar um diferencial, mas nada que foi muito além destes três acima. 

Atualmente, é muito fácil de compreender ou encontrar conteúdos sobre atendimento ao cliente, comportamento do consumidor, retenção de alunos, rotatividade em sala, feedback, etc. Porém, pensando em 8 ou 10 anos atrás, isso era algo que dificilmente se encontraria em debate dentro das graduações ou especializações voltadas ao mercado fitness. Pensando nisso, vou citar 10 pontos que podem (e devem) ser monitorados nos primeiros minutos de conversa com seu cliente antes do início do treinamento, a fim de evitar problemas e aumentar as chances de retenção:

1 - COMO SEU CLIENTE ESTÁ SE SENTINDO ANTES DO TREINO PROPOSTO?

Muitas vezes criamos treinos que podem ser sensacionais e incrivelmente elaborados, mas que não estão nem perto do que o aluno busca naquele momento. Níveis elevados de estresse e ansiedade, cobrança no trabalho, problemas pessoais, etc., são fatores que não podem de maneira alguma serem descartados. Para isso, perguntas básicas de "como foi seu dia?", "como está se sentindo hoje?", são exemplos simples e que podem direcionar sua linha de treino para ajudá-lo naquele momento.

2 - COMO ESTÁ A FREQUÊNCIA CARDÍACA DO SEU CLIENTE?

Atualmente só se fala nisso: INTENSIDADE! A grande maioria dos profissionais do mundo fitness usam esta variável como base, principalmente pelos escudos super positivos relacionando a intensidade do treino aos resultados desejados. Entretanto, poucos conseguem ou se propõem a desenvolver um maior controle sobre isto. Hoje existem inúmeras opções de aplicativos e sistemas para monitoramento da frequência cardíaca, facilitando esse diferencial na abordagem de atendimento, principalmente porque você torna seu serviço mais "palpável" ao cliente, visto que ele conseguirá visualizar os resultados do treinamento instantaneamente em um monitor.  A facilidade tecnológica de quantificar a frequência cardíaca em tempo real mudou (e está mudando cada vez mais) toda postura de atuação profissional dentro da sala de musculação.

3 - SEU CLIENTE ESTÁ FADIGANDO RAPIDAMENTE?

O que para alguns pode ser ótimo, para outros pode ser um sinal de alerta. Sempre incentivamos nossos clientes a manter o maior número de treinos semanais possível dentro da rotina de vida deles, e buscamos levá-los ao máximo da intensidade do treinamento - tudo para otimizar os resultados propostos. Entretanto, alguns perigos podem estar escondidos por trás de toda essa motivação, como o "overtraining". Não identificar alguns sintomas pode ser um caminho rápido para problemas muito maiores que a ausência da academia.  Analise se o volume e intensidade de treino estão sendo supridos pelas horas de repouso e sono dele, pois esse desequilíbrio é um "prato cheio" para lesões e outras patologias relacionadas à baixa imunidade. Essa análise só é possível com um olhar cuidadoso e atento do professor e de feedbacks detalhados do atleta. 

4 - SEU CLIENTE APARENTA "DOMS"?

Alguns alunos acham que se não tiverem dor muscular pós-treino, o exercício foi ineficiente. Sentir Dor Muscular de Início Tardio (DOMS, na sigla em inglês) não significa que o treino foi ótimo ou horrível, só que houve dano na fibra muscular e que está ocorrendo o processo de recuperação. Manter atividades físicas muito intensas pode acarretar em um decréscimo acentuado da performance do atleta, por isso, é tão importante ter um diálogo claro sobre a percepção subjetiva de esforço durante todo treino, a fim de contorná-los ou adaptá-los com o processo de DOMS do aluno.

5 - QUAL A PORCENTAGEM QUE SEU CLIENTE SE DEDICA AO TREINO?

Se analisarmos algumas referências como frequência cardíaca, esforço subjetivo e VO2Máx: menos de 15% dos usuários de academias chegam perto da faixa de 80% do esforço máximo, que é tão debatida e defendida por anos dentro dos estudos de treinamento de força. Os 85% dos usuários restantes treinam em um percentual de 50% a 55% do seu esforço máximo, necessitando de um período muito mais longo para alcançar seus objetivos. Vários estudos apontam o aumento do esforço ao tipo e processo de motivação oferecida ao cliente, por isso é muito importante o profissional entender quais ferramentas e caminhos são mais apropriados antes, durante e após cada treino.

6 - COMO SEU CLIENTE RESPONDE AO AUMENTO DA CARGA DE TREINO?

Se você começar os estímulos de forma intensa, a probabilidade de criar um "platô" na evolução do aluno é grande, e as chances de lesões são enormes. A melhor palavra para resumir o que significa treino é PROGRESSÃO! O processo de treinabilidade é mais simples do que lemos por aí, pois tudo se resume entre estímulos aplicados ao organismo e o tempo e a velocidade da recuperação. 

Essa é uma das fases de atendimento mais delicadas, pois o professor precisa explicar um fator muito importante (e odiado pelos clientes mais jovens), o tempo. As progressões de carga e intensidade estão ligadas diretamente ao tempo de prática, por isso é tão importante usar argumentos e ferramentes técnicas para proporcionar o melhor volume de frequência.

7 - VOCÊ OBSERVA COMO SEU CLIENTE RESPIRA?

Os atletas de levantamento de peso olímpico (LPO) e praticantes de Yoga estão mais familiarizados com esse tema, mas infelizmente a maior parte dos praticantes de atividade física não. Observar como a pessoa está respirando durante os treinos é um grande divisor de águas, pois quase 80% dos praticantes de musculação já tiveram alguma experiência negativa decorrente de apneias durante os exercícios. Outro fator muito relevante nessa observação é a hiperventilação realizada por alunos iniciantes, podendo ser facilmente controlada pelo professor com alteração rápida do treinamento. 

Observe que grande parte das ferramentas de atendimento são formadas basicamente por um olhar mais cuidadoso, sem necessidade de implementação de tecnologia ou custo adicional.

8 - QUAL A QUALIDADE DO SONO DO SEU CLIENTE?

Você não é responsável apenas pelo treino do aluno, mas também pelo processo de recuperação. É fundamental que o professor tenha conhecimento da qualidade do sono, pois isso irá interferir em todo processo, da periodização proposta ao objetivo. Não estamos falando em "se sentir bem quando acorda" ou "durmo 8 horas por dia normalmente", e sim em fatores que podem impactar no processo fisiológico da recuperação do organismo. Mesmo sem possuir essas informações na anamnese ou feedback do cliente, o professor poderá, com um olhar mais afinado, observar perda de desempenho, diminuição de ritmo de treino, sonolência na recuperação do exercício, etc. Conhecer toda a rotina diária da pessoa pode aumentar em até 40% as chances de bons resultados dentro da academia.

9 - VOCÊ SABE SE SEU CLIENTE SEGUE ALGUM PLANO ALIMENTAR?

Obviamente que não vou falar de dietas ou planos alimentares aqui, mas da importância que ela tem para os resultados do aluno. O simples fato de você não saber essa resposta, já aumenta em quase 80% as chances de erro na sua periodização. Sempre falo que treinar sem nenhum acompanhamento nutricional, é como fazer arco e flecha no escuro, pois pode dar certo e você acertar o alvo ou errar absurdamente feio. 

Acompanho muitos professores que usam as mídias sociais como ferramenta para fiscalizar seus clientes, e assim estar mais próximos do pós-treino e auxiliar remotamente no controle do programa de treinamento proposto.

Procure orientar de forma correta e segura seu aluno para um profissional qualificado e de sua confiança. Infelizmente é muito "comum" encontrarmos educadores físicos "criando" dietas aos seus alunos, cometendo não apenas um crime de exercício ilegal da profissão (sim, professor de Educação Física NÃO pode prescrever dieta), mas um crime ainda mais sério contra saúde dele.

10 - SEU CLIENTE VAI TREINAR ESTRESSADO?

Usar todo estresse acumulado ao longo do dia como "combustível" no treino, pode ser uma incrível ferramenta de retenção de clientes. Procure observar fisicamente como a pessoa está naquele dia e com anamneses curtas e informais (use pequenas conversas descontraídas para obter informações relevantes ao treino) organize as melhores opções de estímulos e exercícios. 

Conhecer seu cliente e ter um bom acervo de opções de treino poderá ser a chave do sucesso para sua carreira. É preciso entender e não confundir com utilizar o estresse do aluno a favor dele mesmo. Para algumas pessoas passar horas batendo no saco de pancada é uma ótima válvula de escape, já para outras não é tão eficiente quando sentar em um local próximo a natureza e passar alguns minutos apreciando o silêncio.  

Sua versatilidade em criar a melhor experiência utilizando um treino será seu melhor cartão de visitas, muito mais eficaz que vários "gomos" no abdômen para tentar reter ou atrair clientes. 

Até a próxima!

 

 


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