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Projeto Verão, capítulo final: Emagrecimento não é objetivo, mas sim consequência.

Projeto Verão, capítulo final: Emagrecimento não é objetivo, mas sim consequência.
Luiza Todesco Toledo Barros
dez. 8 - 5 min de leitura
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Final de ano é sempre um martírio para quem leva a educação física a sério.  É aquele período que a gente precisa se impor como profissional contra uma enxurrada de crenças limitantes e pré históricas, que se  intensificam  graças ao tal do projeto verão

Estratégias antiéticas e mentirosas são usadas a torto e a direito para chamar a atenção do público, promessas de resultados em "x dias", tudo voltado pro emagrecimento imediato. Além de uma concorrência de procedimentos estéticos sem embasamento científico nenhum que foram consolidados no imaginário social como verdade absoluta na busca da tal felicidade e do "corpo de verão".

Esse ano a coisa ficou mais delicada ainda, em ano de pandemia vários hospitais que ficaram de fora das linhas da Covid-19, continuaram atentendo cirurgias eletivas e o número de procedimentos estéticos aumentou durante a quarentena.

Em uma reportagem na coluna de saúde da revista Veja (acredite se quiser) publicada em setembro desse ano, indica que o numero de procedimentos estéticos cresceu em 30%.

O texto inicia com a seguinte frase: "Fechada em casa, passando dias sem ver os colegas de trabalho, eventualmente participando de uma videoconferência em que todo mundo aparece com a cara esquisita — ela inclusive —, olhando no espelho antes de atender à porta e percebendo marcas que a bendita máscara põe em destaque, o que vem à cabeça de uma mulher cumprindo quarentena?".

Além disso, o texto cita o crescente desejo das pessoas de ficarem cada dia mais parecidas com os filtros do Instagram e padrões de corpos que são vendidos como ideais e atraentes, e o autor ainda finaliza com: "E, pelo jeito, não faltam pacientes dispostos a encarar agulhadas e até o bisturi para fazer bonito no mundo pós-pandemia."
 

O que seria fazer bonito e quando veremos esse mundo?

Precisamos entender que somos diferentes. Essa é a realidade que enfrentamos e quem sabe fazer bonito seja estar na luta para incentivar as pessoas a terem um estilo de vida mais saudável, mesmo que esse ano as coisas pareçam estar mais difíceis para o nosso lado.

Mas, o fato das pessoas estarem mais sensíveis, mais sozinhas, se sentindo até mesmo perdidas e isso tem sido um sentimento bem comum entre os alunos, oferece uma vantagem a nosso favor nessa eterna guerra pra virar o jogo. O que você, professor, pode fazer nesse momento?

1. Seja esse guia, um ponto de ancoragem para o seu aluno.
2. Prove para ele, na prática, quais são as formas mais eficientes de se ter uma rotina de treinos!
3. Converse abertamente sobre padrões estéticos, sobre amor próprio. 
4. Aproveite esse momento pra desafia-lo a ter diferentes metas!
5. Confronte colegas profissionais que seguem essa linha pra atrair alunos, pergunte o que ele quis dizer com esse tipo de propaganda e se ele sabe da responsabilidade profissional que ele carrega dentro do meio fitness. No mínimo, ele vai ter que pensar sobre isso.

Hoje, nas academias, ainda vemos muito nas fichas de alunos coisas como "Objetivo: Hipertrofia" ou "Objetivo: Emagrecimento".

Quem um dia decidiu que isso era objetivo? Isso é consequência!

Explore formas de manter seu aluno interessado, combine outras formas de meta com ele, como assiduidade desse aluno, retirada de produtos industrializados da alimentação algumas vezes por semana, ou a redução do açúcar, uma meta de km por semana ou um número de repetições de um exercício que ele deseja fazer, uma carga que ele queira atingir.

Muitos alunos que procuram a academia no projeto verão têm em mente que eles não gostam de se exercitar. É lógico, eles são bombardeados de conexões negativas com atividade física há anos, como se eles nunca fossem suficientes pra começar algo, quanto mais ter continuidade. 

Se você souber ouvi-lo vai perceber que existem várias formas de atraí-lo e ele mesmo vai descobrir algo que gosta de fazer.

- Tem pessoa mais metódicas que gostam de realizar o mesmo treino sempre e perceber os resultados nos números (carga que aumentou, numero de repetição, tempo; não numero na balança!).

- Têm alunos que se descobrem mais técnicos e gostam de aprender exercícios novos, trabalhar com cadência, e evoluir progressões. 

- Têm alunos mais agitados que gostam de treinos em circuito, ou hiits.

- Tem aluno que gosta de máquina, uns de peso livre, outros de calistenia.

- Tem aluno que não vai ficar na sua sala de treino, ele vai se apaixonar por uma luta, uma dança, um esporte coletivo.

- Outros vão amar treinar em grupo e e isso vai motiva-lo, e outros que só focam e rendem treinando sozinhos.

Seu aluno, na maioria das vezes, não sabe disso, porque ele ainda não abraçou o movimento como parte do dia a dia dele, mas você, que é professor, sabe!

E com um pouquinho de dedicação e conversa, você vai se tornando a referência dele e transformando a ideia de que projeto verão não existe, e que há como estarmos bem conosco mesmo o ano inteiro, e por muitos anos, até mesmo por uma vida inteira. Nós somos esse canal.


Um apelo, para o fim do projeto verão, quem sabe assim as pessoas passem a se amar o ano inteiro. Nos vemos na próxima!


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