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AUMENTE SUA PERFORMANCE PENSANDO COMO UM "ALL BLACK"

AUMENTE SUA PERFORMANCE PENSANDO COMO UM "ALL BLACK"
Felipe Kutianski
out. 21 - 7 min de leitura
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Quase sempre ouço que é preciso vencer, ser forte, apresentar resultados, batalhar, fazer a diferença no mercado, blá blá blá. Será?

Segundo a OMS, mais de 45% da população mundial apresenta níveis sérios de estresse, desencadeados principalmente pela nova forma de cobrança do mercado e estilo de vida tecnológico.  Atualmente um operário na linha de produção industrial trabalha em média   7 horas por dia no Brasil, já um profissional de TI em uma startup acumula mais de 14 horas.

A grande pergunta é: COMO POSSO VENCER ?

O mercado está saturado (e da pior maneira) por pessoas que "acham" que podem responder essa pergunta. Atualmente o Brasil é o segundo maior mercado de "coaches" do mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos.  Esse mercado movimenta mais de 2 bilhões de reais ao ano somente no Brasil, mas também traz sérios problemas agregados a esse crescimento, como: falta de fiscalização, profissionalismo baixo, regulamentação inexistente, exercício ilegal da profissão, capacitação sem fundamentação cientifica, entre outros fatores mais sérios (não quero deprimir ninguém).

Entretanto, existem milhares de profissionais capacitados que podem lhe orientar de forma mais segura, sólida e com base cientifica na busca pelos resultados, mas hoje não vou falar desses profissionais, vou apenas contar uma história de alguns jogadores de  Rugby. 

Quando falamos em performance e resultados no esporte, é praticamente impossível não lembrar da Seleção de Rugby Neozelandesa, os famosos "All Blacks". Imaginem um time que desde 2010 tem uma estatística de 92% de chance de vitória antes mesmo de sair do vestiário, e que desde 1882 (137 anos) tem um índice extraordinário de 86% de vitórias. Não concorda que é muito melhor observar o que essa equipe faz do que escutar coach motivacional?

Em 2010, o escritor James Kerr passou quase um ano convivendo dentro de toda rotina de treino, vida e comportamento dos jogadores, e reportando mais tarde em seu livro: "Legacy: What the All Blacks Can Teach Us About the Business"

Confesso que sempre tive um pouco de preguiça em relação aos livros de "auto-business", principalmente pela falta de clareza em mostrar uma aplicabilidade lógica entre teoria e prática. O grande diferencial deste livro, é a forma que ele apresenta as estratégias dos "AllBlacks" e transforma de maneira simples para  realidade diária da sua vida pessoal ou empresarial. 

Quando falamos em planejamento, a equipe neozelandesa segue religiosamente uma linha de ações para suas tomadas de decisões, desde o planejamento dos treinos até o conteúdo de uma simples entrevista para um jornal local.

Atitudes = Experiência = Crenças = Ações = Resultados 

Pensando nessa linha comportamental neozelandesa, James Kerr selecionou 15 estratégias que levam os "All Blacks" para o topo do ranking, mas vou focar nos quatro primeiros, que segundo Steve Hansen ("O" técnico) são os elementos fundamentais dessa essência de resultados positivos.

(1) VARRER OS VESTIÁRIOS! 

Um dos principais pensamentos dentro da equipe é: "Ninguém é grande demais para fazer às pequenas coisas que precisam ser feitas" . Todos os integrantes da equipe acreditam que para alcançar o sucesso esperado para seu país, é preciso antes de mais nada ter os pés plantados bem firmes no chão. Independente do resultado do jogo ou da fama do jogador, todos precisam limpar e organizar do vestiário ao quarto de hotel utilizado pela seleção.

(2) PASSE A BOLA!

Um dos maiores ícones da seleção neozelandesa, Jonah Lomu,  sempre reforçava para seus companheiros: Líderes criam líderes.  Essa é a sabedoria centenária que os"All Blacks" procuram ensinar sobre a real necessidade no desenvolvimento de líderes. A equipe técnica (incluindo o capitão) procuram sempre analisar as características de caráter de cada jogador, antes mesmo das habilidade técnicas e físicas, afim de aperfeiçoar dentro e fora de campo.

A distribuição de tarefas é algo muito incentivado (e trabalhado) dentro da equipe. Tarefas de gerencias que normalmente são de responsabilidade da comissão técnica (comum e quase todo mundo) são abraçadas pelos jogadores também, afim de criar um espírito cooperativo dentro e fora do campo. 

No idioma Maori (nativo neozelandês), existe um termo chamado "te kawenga takohanga" que representa esse senso de responsabilidade em assumir tarefas e apresentar resultados. Com essa filosofia, todos passam a se sentir donos do negócio e incluídos como parte importante do time.

(3) Sem Babacas!. 

Em Maori, "whanau" significa algo como “extensão de sua família de sangue” e é representada em um desenho como uma ponta de lança.

Uma ponta de lança precisa estruturalmente sempre ter três pontas, mas toda força desenvolvida pelo lança deve seguir uma única direção para que o golpe seja eficiente. É nessa linha de raciocínio que muitas estratégias dos "All Blacks" são desenvolvidas: eles selecionam os jogadores para formar uma "enorme lança" focando no caráter das pessoas acima do talento (isso mesmo que você leu). Jogadores com incríveis qualidades técnicas e físicas foram dispensados para jogar em outros países ou times, porque não tinham carácter para pertencer aos "All Blacks".

Consegue imaginar o departamento de recursos humanos da sua academia fazendo isso?

Os jogadores considerados “babacas” são rejeitados pelo time e comissão técnica, pois seu recrutamento pode ser prejudicial para manutenção do espírito de "whanau", tornando a ponta da lança fraca ou ineficiente. 

(4) CRIAR SUA PRÓPRIA CULTURA!

 Na entrevista coletiva após a conquista da Copa do Mundo de Rugby em 2015, o capitão Richie McCaw disse: "A Cultura de vencer devora qualquer estratégia do adversário".

Para enraizar a cultura de vitória dos "All Blacks", um detalhe foi mundialmente implantando pela equipe, o "HAKA". O "haka" na realidade é um ritual tradicional da cultura Maori que reflete, relembra e reforça todas as experiências e crenças desse povo, o que consequentemente mantém ativo a enorme identidade coletiva da nação neozelandensa.

Essa cultura foi transformada pelos "All Blacks" em uma cultura de vencer (isso mesmo, todos os jogadores são ensinados diariamente a vencer) que foi desenvolvida e implantada ao longo dos anos através de várias gerações de jogadores, focando sempre na potencialização de suas qualidades cooperativas e sociais. 

Não é difícil visualizar essas ações dentro de um espaço como uma academia de musculação, Box de Crossift, Studio de Funcional, etc.  Para melhorar seus resultados, faça um teste simples na sua empresa e tente ser mais "All Black".

1) Existe alguma Cultura dentro da sua empresa? Qual?

2) Sua equipe é cooperativa?

3) O líder da sua empresa delega ou centraliza as funções ?

4) Existe funcionários problemáticos na sua empresa? Quantos?

5) Seus funcionários "escolhem" tarefas dentro da sua empresa?

Acredito que essas perguntas já podem lhe mostrar um bom ou mal cenário.

 

Abraço pessoal!


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