Com o crescente conhecimento da maioria da população acerca do Transtorno do Espectro Autismo, foram surgindo um maior número de dúvidas e perguntas sobre as crianças que crescem e se desenvolvem dentro do TEA.
As dificuldades sociais e cognitivas podem impactar em outros aspectos importantes como a fala, comportamento, habilidades motoras entre outras.
Tendo essas crianças um bom suporte cognitivo com o auxílio de psicólogos, terapeuta-ocupacionais, médicos e fonoaudiólogos, qual poderia ser o papel do profissional de educação física no desenvolvimento das habilidades motoras dentro das aulas de educação física?
Os benefícios da atividade física para crianças com Transtorno do Espectro Autismo - TEA
A inclusão das crianças com TEA nas aulas de educação física traz vários benefícios. Virgilio (2015) cita:
- Controle do peso
- Controle da pressão arterial
- Diminuição do risco de doenças cardíacas
- Diminuição do risco de alguns tipos de câncer
- Diminuição do colesterol
- Diminuição de diabetes tipo II
- Melhoria do bem-estar psicológico
- Ossos e músculos mais fortes
- Chance de viver mais
Ele ainda cita quatro componentes da atividade física associada à saúde – flexibilidade, resistência cardiorrespiratória, composição corporal e aptidão muscular (força e resistência).
Estes aspectos, podem ser atingidos pelas tarefas diárias, como, caminhar para ir à escola, brincar com outras crianças e participar de atividades extracurriculares.
Contudo, dentro das aulas de educação física e do esporte, esses componentes são potencializados devido a duração e intensidade, pilares da atividade física de qualidade.
Se dentro dos consultórios a criança com TEA pode desenvolver a fala, a atenção, melhorar a escrita, raciocínio lógico e o comportamento adequado em várias situações, é dentro da quadra que eles têm benefícios incomparáveis com outras terapias, pois irão desenvolver habilidades motoras essenciais em vários aspectos.
Quando eles aprendem a brincar, ou melhoram as suas habilidades, podem interagir melhor com outras crianças, tanto dentro como fora da escola, já que uma das primeiras interações entre eles é a brincadeira com os seus pares.
Em uma sociedade cada vez mais sedentária, e voltada para brincadeiras que interagem apenas com a tela de um aparelho eletrônico, as aulas de educação física de qualidade, precisam e dever ser incentivas para crianças com autismo, para melhorar o desenvolvimento motor e as aptidões físicas.
Se o indivíduo deve procurar um fonoaudiólogo para melhorar os aspectos da fala e da comunicação, é somente através do profissional de educação física que os caminhos para uma vida longe do sedentarismo e mais próximos dos esportes e das brincadeiras irão aparecer, pois é onde podemos aprender a ganhar e a perder, que existe a excitação da vitória e também a frustração da derrota, assim como o trabalho em equipe.
Um grande abraço, e até a próxima!