Nos últimos anos pudemos acompanhar um aumento exponencial na quantidade de crianças diagnosticadas com o Transtorno do Espectro Autismo, um transtorno do desenvolvimento que segundo o DSM-V (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) afeta diretamente nas áreas de interação e comunicação social e também nos padrões de comportamento.
Com o passar dos anos, essas crianças deixaram de frequentar unicamente escolas especiais e passaram a ocupar o seu devido espaço nas escolas de ensino regular, com um acompanhamento apropriado e atenção de equipe especializada ou pelo menos deveria ser assim.
Logo matriculadas no ensino regular, essas crianças também passaram a frequentar as quadras nas aulas de Educação Física e também nas de natação, de artes-marciais, escolinhas esportivas, entre outras. As famílias começaram a acreditar que o esporte pode trazer benefícios que nenhum outro tratamento consegue atingir.
Contudo, o profissional de educação física deve estar preparado para atender este público e para isso criei uma lista com algumas dicas importantes que poderão lhe ajudar nas suas aulas.
- Entenda o TEA
Compreender o transtorno é o primeiro passo para ‘’perder o medo’’ de realizar uma aula para as crianças com autismo.
- Converse com os responsáveis pela criança
Se possível, converse com quem passa mais tempo com a criança, buscando conhecer as suas particularidades, o que ela mais gosta de fazer, quais os interesses dela em alguma atividade física.
- Saiba quais as expectativas dos responsáveis
Capte quais os objetivos principais que os responsáveis buscam para a criança a partir do momento que ela foi matriculada na sua aula. Por exemplo: na natação, se o objetivo é aprender os quatros estilos, a sobreviver na água em caso de algum acidente ou a interação com outras crianças em um ambiente diferente.
- Ressalte a interação social
Normalmente as aulas de quaisquer exercícios físicos são feitas com várias pessoas e muitas aliam tanto os benefícios do exercício quanto as relações interpessoais. Como citado anteriormente, a interação social é prejudicada no TEA e para isso nós podemos enfatizar que para uma brincadeira ser mais divertida e alegre, ele pode/deve acontecer com outras pessoas. Utilize se necessário um outro colega para acompanhar o seu aluno com TEA. Ele vai servir de reforçador durante a atividade.
- Use reforçadores positivos
Após o aluno realizar alguma tarefa de maneira satisfatória, usar um reforçador faz com que ele entenda que poderá haver uma recompensa posteriormente ao cumprimento do objetivo. Deixar ele assistir um vídeo ou, se possível, brincar com algo específico, pode funcionar muito bem.
Espero que tenham gostado dessas dicas! Mais cinco virão no próximo post. Aguarde!!
Um grande abraço e até a próxima!