O Método Pilates possui um vasto repertório de movimentos originais além da grande possibilidade de variação dos mesmos. Essa infinidade de escolhas pode deixar o instrutor confuso ao propor um programa de exercícios para o seu cliente.
Para nortear os atendimentos e a escolha de movimentos, uso uma estratégia que me ajuda muito: estou sempre atenta aos 5 princípios do treinamento descritos abaixo.
1) Princípio da Individualidade
Cada um responde de forma única aos estímulos. Por isso, os exercícios de Pilates devem ser inseridos no atendimento de modo a permitir adaptações, levando em consideração as necessidades e habilidades específicas dos indivíduos para os quais foi planejado.
Não se deve esperar que todos demonstrem o mesmo grau de progresso. Porém, fazendo as escolhas certas, reavaliando a todo momento e personalizando o atendimento de acordo com os objetivos e limitações do cliente, o resultado será efetivo.
2) Princípio da Especificidade
O atendimento de Pilates deve ser o mais funcional possível (Já falamos sobre Pilates Funcional por aqui.) apresentando variações condizentes com o tipo de atividade realizada pelo indivíduo.
É comprovado que a resposta do corpo ao estímulo é específica para o movimento e intensidade em que o mesmo é realizado. Se não treinarmos a biomecânica correta de um gesto, o cliente não sentirá, na prática, os benefícios dos atendimentos. Logo, a escolha do repertório no Pilates deve trabalhar os sistemas fisiológicos fundamentais objetivando melhorar o desempenho e a qualidade dos gestos do esporte praticado e/ou das atividades de vida diária.
3) Princípio da Reversibilidade
Muitos dos benefícios adquiridos com o Pilates ou com qualquer outra atividade perdem-se caso a frequência seja descontinuada ou reduzida de maneira excessivamente abrupta. Para que isso não ocorra, o cliente deve estar ciente da importância de um programa de manutenção.
Cabe ao instrutor deixar claro e compartilhar a responsabilidade com o cliente para atingir os resultados esperados.
4) Princípio da Sobrecarga Progressiva
À medida que o corpo se adapta ao estímulo do exercício em um dado volume e intensidade, o estresse promovido sobre ele deve ser aumentado progressivamente para que o benefício do Pilates permaneça efetivo.
Quando perceber que o exercício se tornou fácil, provavelmente já é passado o momento de evoluir com esse cliente. É necessário estar atento e reavaliar constantemente sua conduta para definir quando aumentar o grau de dificuldade. Mas cuidado! Não cometa o erro de propor movimentos para os quais seu cliente não está preparado pois o resultado pode ser frustração ou pior ainda, uma lesão.
Sem progressão, além de perder efetividade, o atendimento torna-se chato para o cliente e para o instrutor.
5) Princípio da Variação
Um ou mais aspectos do repertório de exercícios devem ser alterados no decorrer do tempo para maximizar a eficiência a longo prazo.
Mesmo que ainda não seja o momento de evoluir com o cliente, é importante escolher movimentos diferentes a fim de variar o repertório e trabalhar em outros planos de movimento. Essa variação pode acontecer dentro do mesmo nível de evolução em que o cliente se encontra.
Seguindo esses cinco princípios, é possível elaborar um atendimento avulso ou um programa visando a resultados a médio ou longo prazo muito mais eficazes. Assim, teremos um cliente feliz e satisfeito e um instrutor realizado.
Fica a dica e até a próxima!