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Exercício Físico e o Cérebro: Como treinar pode melhorar nossa produtividade

Exercício Físico e o Cérebro: Como treinar pode melhorar nossa produtividade
Thiago Pimenta
dez. 16 - 6 min de leitura
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            A neurociência tem realizado diversas pesquisas sobre a ativação e o funcionamento cerebral, possibilitando identificar alternativas para potencializar seu aproveitamento e atingir, de maneira maximizada, a capacidade produtiva do ser humano.

            A produtividade é um elemento decisivo para a colheita de bons resultados independente da área de aplicação, mas nem sempre é uma característica fácil de ser desenvolvida quando o grande volume de informações da rotina diária torna mais complexo o processo de aplicabilidade de energia no trabalho a ser desenvolvido.

            Sob a ótica da neurociência, o cérebro é um sistema operacional, que recebe informações externas (ambiente) e internas (desejos e necessidades), que são processadas, interpretadas e transformadas em comportamentos. Com 2% da massa corporal, o cérebro absorve 20% de todo o oxigênio consumido, garantindo a comunicação entre os aproximadamente 86 bilhões de neurônios e assim permitindo a remodelação e reprogramação dos padrões solidificados ao longo da vida, muitas vezes de forma inconsciente.

            A busca pela rotina é um comportamento comum e necessário criado pelo cérebro humano através de gatilhos mentais para garantir melhor desempenho diário e por mais que não estejamos conscientes dessa afirmação, com o passar do tempo a rotina nos sobrecarrega e passa a não estimular mais nosso corpo e nossa mente assim como era nos parâmetros iniciais, buscando cada vez mais processos de moderação energética. Fundamentando-se nessas asserções, propõe-se um vínculo positivo, relacionando a produtividade com a prática de atividade física / fitness.

         De acordo com a primeira Lei de Newton, um corpo em repouso tende a permanecer em estado de repouso, enquanto um corpo em movimento, tende a permanecer em constante movimento e é isso que explica, de forma ilustrativa, o comportamento do nosso corpo e a compreensão da mente humana.

         Um exemplo disso é a prática de atividade física, seja ela qual for. Após alguns minutos de prática o seu corpo já está brevemente cansado (fisicamente), porém o seu nível de energia em relação a intensidade, foco, vontade e aplicabilidade, estará ainda maior e quanto mais esse processo for reproduzido, mais ímpeto de vida você terá. Ao contrário de um dia improdutivo, sem realização de atividades prazerosas e apenas a “inalteração” do estado de repouso do corpo, um dia todo assistindo televisão ou apenas em um processo procrastinatório.

            Quanto mais seu corpo se mantiver em repouso, maior será o desejo de se manter em repouso. Sem contar que esse “descanso” físico gera ainda mais vontade ao seu cérebro de descansar e esse processo se torna um ciclo vicioso e seu corpo nunca encontrará disposição para praticar atividades que demandam gasto energético e calórico.

            O córtex pré-frontal, nosso centro executivo, parte do nosso cérebro responsável pela tomada de decisão, gasta muita energia e ao automatizar comportamentos, evita esse desperdício energético. Se o recurso é limitado, a nossa melhor opção é usá-lo de maneira eficaz.

          Um bom gatilho mental é estabelecer metas e objetivos para uma determinada atividade e encontrar sentido naquilo que está fazendo como, por exemplo, em alguma modalidade do fitness, determinar o que você realmente deseja com aquela prática e isso fará com que a ação remeta o cérebro a um estado de desejo e vontade, auxiliando na liberação hormonal e facilitando a prática e os processos de rentabilidade de energia. E aliando esse sistema de manutenção cerebral com outras tarefas da vida diária, pode-se pensar que quanto mais você gasta a sua energia física, mais energia mental você terá para aplicar em determinadas tarefas, porém quanto mais você poupa energia física, menos energia mental você possuirá e isso de fato parece contraditório,  mas significa que quando você associa a prática regular e correta de atividade física ao seu cotidiano, terá como resultado hábitos mais sólidos e uma rotina eficiente e produtiva.

         A prática de atividade física é benéfica em inúmeros quesitos, como a promoção de bem-estar físico e mental, manutenção do peso corporal, prevenção de doenças etc... e se a prática além de estabelecer pilares da saúde ainda pode contribuir para a valorização da sua rotina e produtividade profissional, qual é sua desculpa para não realizar?

            Um estudo recente publicado pelo jornal Nature Medicine, por um time de cientistas espanhóis revelou que quando o ser humano alcança os 90 anos de idade, a produção de neurônios ainda continua assiduamente. Por isso, é preciso estimular as células para que se reproduzam e possam ser sempre usadas em favor do bem estar físico e mental.

         Procure um profissional capacitado e realize a prática conforme seus objetivos e necessidades, organize sua rotina e inicie por pequenas metas. Apenas 15 minutos de atividade física pode parecer ineficaz, mas com certeza é o primeiro passo para combater a inércia, construindo uma vida mais saudável!

 

Texto também produzido pela estagiária de Educação Física Unibrasil Nathálya Maschio

 

*Os textos produzidos pelo colaborador não expressam, necessariamente, a opinião dos outros participantes da comunidade, sendo 100% de responsabilidade do autor.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

 

TAKASE, Emílio. Neurociência do esporte e do exercício. Neurociências, v. 2, n. 5, p. 2-7, 2005.

SILVA, Kleyfton. A neurociência cognitiva como base da aprendizagem de geometria molecular: um estudo sobre atributos de funcionamento cerebral relacionados a memoria a longo prazo. 2018. 200 f. Dissertação de mestrado – Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, SE, 2018.

SILVA, Lara. A influência da motivação na produtividade do trabalho. Santo Ângelo, RS: Revista de administração IMED, v.5, n. 3, 2015.

SQUIRE, Larry; BERG, Darwin; BLOOM, Floyd; DU LAC, Sascha; GHOSH, Anirvan; SPITZER, Nicholas. Nature Medicine. 4 ed. Oxford: Elsevier, 2012.


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