O QUE É MINDFULNESS?
Vamos começar definindo o significado da palavra mindfulness.
- É meditação? Sim.
- É diferente de outras meditações? Sim e não ao mesmo tempo.
- Como assim? Bem, a prática de mindfulness não é nenhuma novidade.
A própria tradução da palavra, que significa ‘atenção plena’, é uma tentativa de se aproximar do termo 'sati' que considera a atenção plena um componente indispensável na busca da iluminação da meditação budista.
A palavra 'sati' deriva de uma raiz que significa “lembrar”, como um fator mental que significa presença de espírito, de alento. É lembrar a atenção de voltar para o presente, e não a faculdade da memória em relação ao passado. É lembrar de estar no aqui e agora em cada respiração.
A diferença principal é o objetivo que agora se busca. Se antes a meditação era voltada para a ‘iluminação’ ou ‘desenvolvimento espiritual’, ela foi pouco a pouco adquirindo novos contornos e passou a ser direcionada para os estudos da medicina e psicologia, já inaugurando suas análises nas áreas da educação e atividade física.
O SURGIMENTO DO MINDFULNESS
Dr. Jon Kabat-Zinn, em 1979, apresentou ao mundo o que se tornou a Mindfulness-Based Stress Reduction – MBSR, que nada mais é que um curso de 8 semanas inicialmente desenvolvido para ajudar as pessoas a controlarem a dor. Desde então, muitos estudos foram realizados para verificar os benefícios da meditação com pacientes infartados e também na área da saúde mental.
Portanto, podemos perceber que a inovação aconteceu no momento em que a meditação deixa de lado os tratados sobre espiritualidade e passa a se concentrar no mundo e em suas mundanidades, fundamentando os resultados com base em estudos científicos ao invés da subjetividade espiritual.
REPENSANDO O BEM-ESTAR
Você, quando está realizando uma atividade personal, já verificou com seu/sua cliente como anda a saúde mental dele/a? E a sua? Você ou ele/a tem tido crises de ansiedade? Síndrome do pânico? Episódios depressivos?
Sabia que estudos recentes demonstram que a atividade física, apesar de fazer bem para a saúde, não necessariamente diminui estados de ansiedade, síndrome do pânico ou depressão?
Ou seja, a noção de resultados precisa ir além da questão estética e levar em consideração o bem-estar físico e a saúde mental. Ainda mais em uma época como a nossa, em que estudos da organização mundial de saúde colocam as doenças mentais como principais em todo o mundo.
E não é preciso nenhum estudo científico para provar que uma mente tranquila e com bons pensamentos, é um componente essencial para o bem-estar.
Certamente já teve dias de você ou seu/sua cliente não estar ‘com a cabeça no lugar’ e ainda assim dar início ao treino transformando-o em uma espécie de terapia 'tabajara'. Treina aqui, desabafa ali. Ótimo, perfeito! Mas imagina se antes você convidasse seu/sua cliente para sentar, ou mesmo deitar um pouco... Cinco minutos!!! E começassem a trabalhar em conjunto a atenção plena sobre cada respiração, buscando uma autorregulação capaz de deixar um pouco de lado as inquietações e dar início a um treino bem focado primeiro?
Aí sim, reservar uns minutos finais do treino para ouvir o que seu aluno/a tem para dizer.
Entendeu o que quero demonstrar?
Estudos de mindfulness na área da psicologia apontam relevantes melhoras no quadro clínico dos pacientes. Nas escolas, há melhoria na aprendizagem, e o mesmo tem sido verificado na área da atividade física. E nas duas direções:
- Quem pratica mindfulness e começa a realizar atividade física, melhora a capacidade de atenção.
- E quem já pratica atividade física e começa a treinar a atenção plena, alcança mais foco e disposição nos treinos, melhorando significativamente o alcance dos resultados.
Quer saber mais?
Fica para o próximo texto onde darei dicas de como inserir o 'mind' na atividade física.
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Namastésso!