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EMAGRECIMENTO: por que seu aluno não consegue perder peso?

EMAGRECIMENTO: por que seu aluno não consegue perder peso?
Felipe Kutianski
mai. 30 - 8 min de leitura
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Quando falamos em emagrecimento, estamos comentando sobre um dos maiores objetivos dentro do universo fitness. A perda de peso ou diminuição do percentual de gordura (sim, são coisas diferentes) representam quase 62% dos motivos de uma pessoa buscar qualquer tipo de atividade física.

O investimento médio para uma pessoa conseguir esse objetivo gira em torno da média de R$425,00 mensais, acumulando nada mais do que aproximadamente R$5.100,00 anualmente. É um valor bem alto para você não conseguir levar o seu aluno ao caminho desejado. Isso ressalta ainda mais como o serviço prestado pelo profissional de Educação Física deixou de ser algo "supérfluo", para se tornar um investimento financeiro real.

Mas, calma! Vamos apontar alguns dos erros mais comuns cometidos por profissionais de Educação Física na hora de prescrever um programa de emagrecimento, e os erros mais "ocultos" no treinamento, que dificilmente são observados. Antes de citá-los, você precisa entender que um programa eficiente de emagrecimento segue três linhas básicas:

  1. Metabolismo de repouso;
  2. Efeito termogênico dos alimentos;
  3. Gasto energético da atividade diária.

Caso seu planejamento não tenha englobado estes três fatores, eu já começaria a prestar mais atenção ao texto.

PROGRAMAS ANTIQUADOS

A grande massa dos profissionais de Educação Física que buscam métodos, programas ou processos de treinamento voltados ao emagrecimento chegam normalmente a uma bifurcação:

  1. Aeróbicos da década de 70; 
  2. Treinamentos intervalados de alta intensidade improvisados. 

Os exercícios aeróbicos já foram colocados em "xeque-mate" inúmeras vezes, principalmente na relação com o processo de emagrecimento. Vários estudos já apontaram como pode ser impotente e desestimulante um treino aeróbico de longo prazo na rotina do seu aluno. 

No segundo caminho, temos os treinamentos intervalados de alta intensidade improvisados, que atualmente estão com mais destaque no mercado. Um dos erros mais comuns sobre este caminho é não conseguir realizar corretamente o protocolo ou "criar" de forma psicografada um mix de vários métodos de treinamento em um único treino. Existem alguns pré-requisitos mínimos (controle de FC e Escala Subjetiva de Esforço já são bons e baratos começos) para você considerar essa atividade um HIIT, e assim, promover ao seu aluno os ganhos propostos pelo treinamento. 

BAIXA OU QUASE NENHUMA INTENSIDADE

Quando falamos em programas de emagrecimento, estamos falando em: I-N-T-E-N-S-I-D-A-D-E. Estudos recentes apontam uma relação direta da diminuição da gordura abdominal com o pico de liberação da Adrenalina. O ponto negativo aqui, é que você precisará fazer o seu aluno chegar ao máximo do esforço dele (claro, de forma segura e coerente) para conseguir este pico. Esse mesmo estudo apontou que as reservas de gorduras foram diminuídas com atividades que exigiram um aumento altíssimo da frequência cardíaca, colocando  os exercícios moderados de longa duração como "carta fora do baralho".

O grande erro sobre a intensidade do treino normalmente é relacionado a dois fatores:

  1. Desconhecimento da sensação de alta intensidade por parte do aluno;
  2. Escolha de organização e exercícios que se enquadram nas características de um HIIT.

RESTRIÇÕES CALÓRICAS SEVERAS

Entre os erros mais comuns por parte dos alunos, este é o Everest delas. Quando falamos a palavra "emagrecimento", inúmeras fórmulas e dicas de cardápios e dietas restritivas começaram a brotar na sua mente. E, se essa relação já acontece na sua mente (você é formado(a) e passou no mínimo 4 anos dentro de uma instituição de ensino superior), imagine como deve ser a confusão na cabeça do seu aluno.

Menos de 46% dos praticantes de atividade física nos Estados Unidos procuram orientação nutricional, deixando uma gama gigantesca de pessoas à mercê de apenas um tipo de "ajuda": Google!

Alguns estudos apontam que o simples fato de você seguir uma reeducação alimentar (sem restrições extremas) lhe apresentará resultados mais significativos do que exercícios aeróbicos de baixa intensidade e longo prazo. Ou seja, você seguir um plano alimentar é mais eficiente do que ficar caminhando por aí como um white walker (piada nerd!)

A falta de controle alimentar é, sem sombra de dúvida, a maior muralha entre o seu aluno e o tão sonhado emagrecimento. A quase unanimidade dos estudos apontam que somente o estado nutricional do seu aluno representa em média 75-80% do sucesso do programa de emagrecimento.

Por essa porcentagem ser tão alta, é de extrema importância um acompanhamento nutricional adequado ao objetivo e treino que o seu aluno está buscando. Os programas de maior sucesso na perda de peso sempre mantiveram sua atenção no desenvolvimento de estilo de vida saudável, pois, comprovou-se estatisticamente ser mais eficiente e seguro que as dietas restritivas.

MEDO DE "PUXAR FERRO"

Atividades que visam o aumento da massa muscular são de importância fundamental no processo de emagrecimento. O aumento da massa magra desencadeia uma gama de benefícios para a saúde do seu aluno, inclusive emagrecer. O maior medo das pessoas que buscam esse objetivo é que o peso na balança aumente (isso não significa que você não esteja emagrecendo), criando uma certa rejeição por atividades que aumentem a massa muscular. 

O erro nesse ponto é tentar substituir a musculação (um exemplo mais fácil de entender) por atividades com menor estímulo hipertrófico, como exercícios funcionais ou aeróbicos.

Uma forma rápida e "malandra" do profissional conseguir melhorar o volume muscular do seu aluno sem alimentar esse medo de ser "grande", é apostar em atividades mais calistênicas, onde utilizam-se apenas o peso corporal do próprio aluno como resistência de trabalho. A hipertrofia desenvolvida por uma linha mais calistênica (mais metabólica do ponto de vista fisiológico) será mais lenta e de menos impacto estético ao aluno, criando um caminho mais aceitável para essa ferramenta de emagrecimento.

COMO ESTÁ SUA POSTURA? 

O simples fato de você sentar, caminhar ou permanecer em pé de forma correta e alinhada lhe auxilia em 28% no processo de emagrecimento. Uma postura errada e relaxada leva seu organismo para um estado de economia de energia, muito diferente de uma postura contraída e alinhada, que exige um gasto energético maior para sua manutenção. Procure dar mais atenção na postura que seu aluno chega ao treino e não só na execução dos exercícios. O trabalho postural exige uma gama de feedback diário, pelo fato de acarretar na criação de um novo hábito.

Um ótimo exemplo desse erro é no abdômen. Muitas pessoas apresentam uma elevada proeminência abdominal, não pelo percentual elevado de gordura nessa região, mas, pela má postura. Quando toda a região muscular abdominal encontra-se relaxada, existe uma força de pressão que "empurra" para baixo e para frente, criando aquela sensação de "pança inchada". Procure manter seu aluno com uma postura contraída e alinhada, tenho certeza que ganhará pontos aí.

ENTENDA E RESPEITE SEUS GENES

Muitos alunos irão treinar por toda a vida e mesmo assim, não temos como garantir que o melhor treino e a melhor dieta poderá proporcionar aquele corpo desejado. Cada indivíduo carrega suas características próprias dentro da sua hereditariedade, com fatores que podem ajudar ou prejudicar no processo de emagrecimento. Existem pessoas com um volume muscular naturalmente aparente, pessoas com uma espessura de pele bem mais fina, pessoas com um quadril mais estreito, pessoas com acúmulo de gordura mais central, etc. O fator genético pode ser um platô em determinado momento do treinamento, mas, para o seu aluno chegar até isso... estamos falando em muitos anos, dedicação e mudanças corporais aí.

Grande abraço! 


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